quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Meu Nome Não é Johnny

Fica minha opção para o final de semana! Se tudo sair conforme minha agenda, devo conferir no sabadão.

6 comentários:

Unknown disse...

Convida os amigos!!!!!
Eu pago a pipoca!

Renato Santiago disse...

Já tá convidada!!! Só conferir a sessão e pronto! Eu te ligo!! Dont worry, be happy!

Renato Santiago disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Renato Santiago disse...

Excelente filme!!! Uma produção bem caprichada e ótima atuação do Selton Melo.
Faz tempo que filmes brasileiros deixaram se ser porno chanchadas para alcançar um padrão de qualidade espetacular. Não devemos nada a Hollyhood, principalmente, em termos de roteiro.
Ainda pecamos na qualidade de Som e Imagem.
Sou contra os patrocínios de Empresas Públicas.

Renato Santiago disse...

A pior produção do cinema brasileiro desde a fraude de "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias", "Meu Nome Não É Johnny" atingiu nesta semana 1 milhão de espectadores no Brasil. É uma pena que, depois do show de roteiro e montagem de “Tropa de Elite”, um filme com a trama levada de modo tão arrastado e preguiçoso faça tanto sucesso. Era de se esperar pelo menos um pouco mais de rigor crítico por parte das platéias.

Se o filme de Cao Hamburger procurava copiar as fórmulas de sucesso de filmes latino-americanos como “Kamchatka” ou “Machuca”, o de Mauro Lima descaradamente reúne ingredientes manjados da produção recente brasileira. Estão ali a malandragem carcerária de “Carandiru”, os horrores de uma prisão psiquiátrica de “Bicho de Sete Cabeças”, um banditismo nostálgico de “Cidade de Deus”, o encanto da violência e o “charme” do submundo urbano de filmes de Beto Brant.

A prática não se limita ao cinema nacional; "Johnny" absorve até elementos típicos de Quentin Tarantino. A certa altura, há um diálogo, conversa fiada, entre dois personagens que confundem Tarcísio Meira e Francisco Cuoco. Seria gracioso se não fosse uma verdadeira cópia de um recurso usado por Tarantino _sacar fantasmas do esquecimento e transformá-los em referência cult. A menção poderia ser um gesto carinhoso de reverência ao diretor norte-americano. Porém, num contexto de tantos pequenos plágios, a cena acaba virando só mais um deles.

“Meu Nome Não É Johnny” segue uma toada previsível. João Estrella é um garoto de classe média que era arruaceiro na infância e torna-se um adolescente revoltado após a separação dos pais. Num inocente encontro com amigos na praia, dá seu primeiro “pega”. E, do inocente baseado, logo se transforma em viciado em cocaína. Sem o apoio dos pais _a mãe, distante, e o pai, adoecido, com um apelativo câncer de pulmão_, João “se perde” nas drogas”. Dizer que essa trama é um exemplo de moralismo raso seria um chavão. Dá até preguiça.

Os falsos anos 80
A história se passa nos anos 80. E, para criar o clima dessa década, os recursos são os piores possíveis. Como se não bastasse João possuir um Passat e um punhado de gírias oitentistas surgirem a cada diálogo, tenta-se também criar, de um modo romântico e nostálgico, o contexto que produziu artistas como Cazuza. Adivinhe só, basta juntar rock, álcool, sexo e desesperança política, que o resultado imediato será a produção de sonhos e tragédias heróicas.

Só que tudo é tão mal-feito _o casting principalmente_, que essa idéia fracassa. O resultado é artificial não só porque os atores principais não conseguem entrar naturalmente no clima da época mas também porque os figurantes são ainda piores do que eles. Os convidados das festinhas de João Estrella, por exemplo, sempre aparecem rindo para a câmera. Até mesmo quando são expulsos depois do chilique da personagem de Cleo Pires (uma atração à parte de humor involuntário), ou, pior, quando o pai de João tem um ataque cardíaco fatal. Tudo embalado por clássicos da rebeldia classe média de então, com Titãs (“Polícia”, é claro) e outras faixas óbvias.

O clichê da salvação
E temos Cássia Kiss como juíza durona _cuja falta de envolvimento com o personagem só perde para Julia Lemmertz, incapaz de soltar uma lágrima convincente em cenas como a do julgamento que condena o filho. A juíza, no final, vê salvação no caso de João Estrella. Obviamente só porque ele é branco, sincero, tem um olhar de Selton Mello triste (irresistível, não?), e não parece de modo nenhum um bandido de verdade, negro e violento. Dizer que aqui está um outro clichê _seja da ficção, seja da vida real mesmo_ seria também fazer uma crítica repetitiva.

Cadê Selton Mello?
Por fim, onde está o excelente ator que protagonizou “Lavoura Arcaica”, a adaptação para o cinema do livro de Raduan Nassar? Apesar de, em “Meu Nome Não É Johnny”, Selton Mello ser exposto por todos os ângulos e com todas as expressões possíveis, não se vê ali nem um vestígio do talento que o ator demonstrou ao encarnar o atormentado André, do filme de Luiz Fernando Carvalho. É difícil adivinhar a que mais se presta o longa a não ser para abrir espaço para uma arrastada egotrip de Selton Mello.


Escrito por Sylvia Colombo às 6h38 PM

Renato Santiago disse...

"...show de roteiro e montagem de Tropa de Elite."

Tropa de Elite é um filme comum que conta uma história comum sobre mocinhos e bandidos. Onde está o show de roteiro?


"Tudo embalado por clássicos da rebeldia classe média de então, com Titãs (“Polícia”, é claro) e outras faixas óbvias."

- Até onde eu sei, a música "Polícia" dos Titãs, também está na trilha do Filme "Tropa de Elite"

- Não existe parametros para comparar filmes de gêneros diferentes, O ano em que meus pais sairam de férias é um drama cuja a estória se passa no regime ditatorial brasileiro.
Tropa de Elite é um policial que remonta meados dos anos 80.
Meu nome não é Johnny é uma estória baseada na vida real de João Estrela, um drama.
Onde a crítica pode ter subsídios suficientes para traçar um paralelo entre produções completamente antagonicas?

Tristemente, a crítica fala por si só!